Maricota, A Pensadora
E então, em cores bem quentes e fortes “já pintou verão”,
encerrando a tela de um ano (velho) para colorir uma nova tela, um outro ano
(novo – assim se espera). Junto com o astro rei (para a nossa galáxia) chega o
tal Natal. Vermelho, verde, prateado e dourado e mais pro branco, logo chegamos
ao réveillon: o “novo amanhecer”. Em
tons furta-cor, ou mais atualizado, no arco-íris rapidamente nos encontramos no
Carnaval.
Tudo é mágico! “Salvador se agita
numa só alegria”! É um
furdunço só. Um fuzuê geral...
Muitos pulam no
mesmo ritmo, outros tantos pipocam espremidos no chão, alguns percebem a festa
de cima, de Camarote, outros fazem a festa para todos e todas. Não somos somente "tietes na Avenida Sete”, muitos trabalham arduamente. Alguns
servem... outros são servidos.
Mesmo que na Barra
todo mundo possa ver “um lindo sol a brilhar”, na fantasia dessa festa, nem
tudo se assemelha a uma eterna folia. No Carnaval as diferenças sociais também
são aparentes, e existem de verdade por trás dessa máscara de “oitava maravilha”.
Ahhhh! Mas todo
mundo também é filho de Deus e tem o direito de requebrar até o chão!!
Preocupados em
mostrar que estamos vivos, porque “atrás do trio elétrico só não vai quem já
morreu”, perdemos mais uma oportunidade de mostrar a nossa força, para além da
nossa criatividade em purpurinas e paetês.
Na pluralidade das
cores, teve quem foi fantasiado de laranja, de duas caras, fez protesto, mandou
o cara pra’queles lugares... teve quem lembrou de não largar a mão de
ninguém... quem se emocionou por alguém se preocupar com dois isopores
quebrados e fazer com que lágrimas temporárias virassem felicidade passageira.
Quem será que pensou quantos milhões os artistas recebem para baixar suas cordas
e chamar de sua a pipoca que tem como milho o dinheiro público?
A propósito, nestes
dias governados por Rei Momo, observei atentamente que a festa também foi tema
de algumas casas de referência... Pensadeira, a Maricota ficou a se questionar.
Vi a Assistência Social revivendo o pão e circo ??? Será que se trabalhou o
“pensamento das flores e o significado das cores”? Ou estamos mesmo vivendo de
festa?
Deixa lá, Maricota!
Em meio a tantos pensamentos sociais e reflexões sobre os caminhos que temos
trilhado como povo, vamos ficar com o apelo à Obá:
“Seria bom se todo mundo
pudesse entender o lado bom que a vida tem para oferecer.
Querer paz, amor, ter
força e crescer e um domingo com mais condição de sorrir.
Eu não sou brocha eu quero
uma Cabrocha para lambadear.
Fazer meus filhos depois
poder criar, com um pratinho na mão um shortinho pra vestir e da educação nunca
vou desistir.
Mademoiselle não pode
pensar que já não temos tempo a perder, pra não me encher.
Vou lutar! Obá obá!!”
Eu queria mesmo
“que essa fantasia fosse eterna, quem sabe um dia a paz vence a guerra e viver
será só festejar”!
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A partir de hoje publicaremos semanalmente uma crônica de "Maricota - A Pensadora".
Temos certeza de que todos irão gostar.
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